Capítulo 23
Assim que entrou na casa, Camila foi recebida por um suave aroma de chá.
Ela tirou a venda dos olhos.
O que viu foi uma sala de estar com decoração que remetia ao tradicional, onde uma elegante jovem com coque e adornos nos cabelos se aproximou para ajudá–la a tirar o casaco
acolchoado e trouxe uma bacia de madeira com água morna.
Camila lavou as mãos, e após serem inspecionadas pela jovem, ela foi conduzida para o
interior da residência.
Era outra sala de estilo semelhante.
Mal se sentou, alguém já trouxe chá e petiscos, e ninguém disse uma palavra durante todo o processo, mantendo um silêncio absoluto.
O ambiente era muito formal, lembrando Camila da casa do avô Lorenzo, onde também havia regras rigorosas. Por isso, ela se sentia razoavelmente à vontade.
Mesmo acostumada, ainda assim, sentia–se desconfortável, um pouco sufocada.
Cerca de meia hora depois, ela ouviu passos firmes do lado de fora. A porta de madeira se abriu, e um homem alto e elegante, com um sorriso no rosto, entrou.
Ele sorriu e acenou para ela: “Srta. Lúmina?”
Camila era conhecida como Lúmina na sua área, então acenou de volta, educadamente perguntando: “Como devo chamá–lo, senhor?”
Até aquele momento, toda a comunicação entre eles tinha sido por mensagens de celular, e essa era a primeira vez que via o cliente generoso em pessoa.
Desde o início, sabia que ele tinha um físico impressionante.
Mas não imaginava que fosse tão bonito, com um charme distinto, bem diferente do estilo de Lorenzo, que era mais audacioso e aristocrático.
O homem sorriu de maneira distante, evitando responder à pergunta de Camila, claramente sem intenção de se apresentar.
Camila não se importou,
Ela já havia lidado com clientes que preferiam manter o anonimato, e isso não atrapalhava a interação entre eles.
No entanto, havia algo familiar na aparência dele.
Onde já tinha visto alguém assim?
Mas pensar em perguntas que parecessem forçadas não era apropriado, então guardou a dúvida para si mesma.
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Capitulo 23
Logo, o vestido e o kit de ferramentas foram trazidos.
Quando os empregados ajudaram o anfitrião a vestir o traje, Camila se aproximou para verificar se estava confortável e se o cliente estava satisfeito.
Se não estivesse, ela poderia fazer ajustes na hora.
Ao se aproximar, Camila sentiu seu braço se enrijecer ligeiramente.
Ela percebeu que havia um forte aroma de chá no homem, misturado com… um leve cheiro de
sangue.
Trabalhando com costura personalizada, às vezes insatisfeita com as cores dos tecidos ou o aroma dos incensos, Camila costumava usar materiais naturais para tingir e perfumar, desenvolvendo uma sensibilidade aguçada ao longo do tempo.
Não havia dúvida, era o cheiro de sangue, e ainda fresco.
“O que houve?” perguntou o homem com uma voz suave acima dela.
Camila, acostumada com o ambiente sofisticado do Grupo Marques, manteve a calma e respondeu com um sorriso, “O senhor tem uma ótima postura, mas parece que precisa de um ajuste na cintura.”
Enquanto ajustava o terno na cintura, sua mão estava incrivelmente estável, sem revelar qualquer estranheza.
Fora de seu campo de visão, os olhos do homem pousaram sombriamente sobre os cabelos dela, mantendo o sorriso sereno.
Depois, Camila fez alguns ajustes sutis com naturalidade.
Felizmente, o cliente não apenas era generoso, mas também compreensivo, pelo menos em relação ao traje, sem expressar qualquer objeção.
Por fim, um velho mordomo veio acertar o pagamento final.
O vestido, além de ser feito com técnicas artesanais tradicionais, era adornado com pedras preciosas e bordado com fios de ouro e prata. O pagamento foi de cento e oitenta mil reais, quinze mil a mais do que o combinado.
Quando Camila perguntou ao mordomo, ele respondeu: “O senhor ficou muito satisfeito com você, é um agradecimento. Podemos trabalhar juntos novamente no futuro.”