Capítulo 4
Conseguiu terminar o doutorado em computação.
Por causa disso, ela até entrou em uma guerra fria de sete anos com a tio–avó, uma renomada designer de moda de estilo nacional. A tia–avó achava que ela estava desperdiçando seu
talento e, desde que ela se casou, não a via mais.-
Mas isso não criou nenhum assunto ou proximidade entre ela e Lorenzo; a frieza e o distanciamento permaneciam. Agora, pensando bem, sua dedicação unilateral deve ter sido risível aos olhos dele.
Agora que decidiu pelo divórcio, ela também vai deixar de lado a área da computação.
Apesar de ter alcançado alguns feitos, não se compara à sua verdadeira paixão. Espera que não seja tarde demais para retomar, e felizmente, nesses anos, ela não se afastou completamente do design.
Nos próximos dias, ela vai organizar o trabalho atual, encontrar alguém para substituí–la, e então poderá se dedicar totalmente à sua verdadeira paixão, o design artístico.
Tomou um banho revigorante, arrumou a cama de qualquer jeito. Afinal, sem intenção de ficar muito tempo, Camila não se preocupou com a bagagem e adormeceu, exausta.
Mansão da Família Marques.
Por volta das dez da noite, Lorenzo voltou com Gael.
Gael estava no carro, segurando o videogame que a Tia Valentina lhe deu, relutante em sair, olhando para Lorenzo com olhos suplicantes, “Papai.”
Se levar o videogame para dentro, a mamãe certamente vai confiscá–lo.
Lorenzo sabia exatamente o que ele estava pensando, deu um leve toque no volante e disse calmamente: “Deixe no carro. Ela não vai mexer nas minhas coisas.”
“Oba!”
Vendo a promessa de Lorenzo, Gael festejou, colocando o videogame no porta–luvas.
Enquanto descia do carro, ele ainda perguntou a Lorenzo: “Papai, amanhã posso voltar para brincar com a Tia Valentina?”
Lorenzo recusou: “Não, temos coisas para fazer.”
“Ah!”
Gael ficou desapontado por um momento, depois perguntou: “Então, papai, pode me levar para a casa da vovó? Finalmente estou de férias de inverno, e em casa a mamãe vai ficar me controlando, é tão chato, nada divertido.”
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Capítulo 4
Desta vez, Lorenzo concordou.
Gael ficou animado novamente, saltitando para dentro de casa.
Marta, que estava na sala de estar, viu–os chegar e rapidamente serviu um chá de gengibre para espantar o frio, além de pegar os casacos de Lorenzo e do Senhor.
Lorenzo entregou o casaco, franzindo ligeiramente a testa: “E a Camila?”
Sempre que ele chegava tarde, se Camila estivesse em casa, ela o esperava na sala de estar, muitas vezes cuidando pessoalmente das suas roupas.
Não ligou ela mais cedo dizendo que já tinha saído do trabalho?
Por que não está na sala de estar?
Marta ficou surpresa, achando que a senhora já tivesse avisado o senhor: “O senhor não sabe? A senhora viajou a trabalho.”
Viajou a trabalho? Aquele banco onde Camila trabalha ainda manda gente viajar?
Lorenzo pensou nisso casualmente, sem se importar muito, afinal, ele perguntou só por perguntar, não importava se ela estava em casa ou não.
Melhor assim, sem ela por perto.
Gael respirou aliviado, com seus belos olhos de raposa, idênticos aos do pai, brilhando e girando animadamente.
Ele exclamou feliz: “Papai, então vou trazer o videogame para brincar aqui dentro.”
Com a mamãe fora de casa, ele não precisaria se esconder na casa da vovó. Ele seria o rei da casa, sem ninguém para controlá–lo.
Lorenzo assentiu, deixando Gael se divertir.
Ele mesmo foi para o quarto, tomou um banho e vestiu um pijama de seda macio, deixando o decote casualmente aberto. Seus cabelos úmidos e bagunçados emolduravam seus olhos de raposa, nebulosos e misteriosos.
O celular na cabeceira tocou algumas vezes.
Ele pegou e deu uma olhada rápida, era uma mensagem de Valentina. Enquanto respondia, ele notou algo de relance, e de repente parou.
O espaço no criado–mudo estava vazio, o robô de chapéu vermelho não estava mais lá.
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