Capítulo 11
Isabela segurou o cobertor e deu um passo para trás. “Olho por olho. Eu te fiz um favor, você me fez outro. Estamos quites.” Ela esperava que ele não viesse mais atrás dela para criar problemas.
Diego recolheu a mão, ainda sentindo o calor que ela deixou. Com uma das mãos no bolso, ele se postou de maneira imponente, observando–a com seus olhos negros por um momento. “Troque de roupa e venha tomar café da manhã.” Com isso, ele se virou e saiu do quarto.
Assim que Diego saiu, Isabela pegou o vestido. Para sua surpresa, era um vestido justo de tom púrpura, decorado com grandes rosas. O tecido era suave e de alta qualidade, obviamente caro. Ela quase nunca usava esse tipo de roupa, tão sensual e chamativa, porque Vicente preferia que ela se vestisse de maneira simples e pura. Na verdade, ela não gostava desse estilo. Não gostava de parecer frágil, pois isso sempre a tornava alvo das provocações de Lúcia Santos. Mas por Vicente, ela suportou. Ele era, afinal, a pessoa mais importante para ela.
Pensando agora, percebeu o quanto estava iludida pelo amor. Hoje em dia, ser iludido por amor é uma doença que precisa de cura. Ela afastou esses pensamentos, deixou o cobertor de lado e revelou sua pele alva marcada por lembranças da noite passada, provas de quanto Diego não soube ser gentil.
Isabela vestiu–se peça por peça. Incrivelmente, a lingerie serviu perfeitamente. Ela só podia ficar sem palavras! Como Diego sabia suas medidas em uma única noite? Ela não tinha ideia das medidas dele, exceto pela impressão de que eram grandes, muito grandes…
Isabela sentiu o rosto esquentar. Tentando se acalmar, pensou que qualquer mulher lembraria de ter passado a noite com um homem tão incrível quanto Diego; sua reação era normal.
Rapidamente, ela vestiu o vestido longo, lavou o rosto e saiu do quarto. A mansão tinha uma escada em formato de Z, e por causa do corte do vestido, Isabela desceu devagar. Ao ouvir os passos, Diego levantou a cabeça do celular. No instante em que viu Isabela, seus olhos brilharam de admiração. Ele tinha bom gosto.
Isabela era alta, com um corpo esguio, seus cabelos longos e levemente ondulados emolduravam um rosto de traços delicados e olhos claros e brilhantes. Mesmo sem maquiagem, sua pele era de um branco saudável, e o vestido lhe conferia um ar de elegância e nobreza. Diego, encostado na cadeira, batucava o dedo ritmicamente na mesa, observando–a em silêncio enquanto ela descia. Mal sabia ela que ele estava considerando a ideia de rasgar seu vestido.
Ao imaginar isso, um sorriso se formou nos lábios de Diego. Isabela, incomodada pelo olhar penetrante dele, puxou a barra do vestido. O corte não era curto, mas tinha uma fenda alta que revelava suas pernas esbeltas enquanto andava. “Tem algo no meu rosto?“, perguntou ela. Um traço de gentileza passou pelos olhos de Diego. “Esse vestido fica bem em você.” Isabela estava acostumada a receber elogios por sua beleza, mas a simplicidade do comentário de Diego a fez corar levemente.
O ambiente parecia ganhar uma leve tensão romântica.
16:38
Com o sol brilhando, o Ferrari preto de Diego avançava pelas estradas tranquilas, enquanto a paisagem passava como reflexos pela janela. Isabela planejava pedir um carro, mas seu celular havia sumido e ela estava sem dinheiro. Sem opção, aceitou a carona de Diego até a Capital.
Ela pediu para ser deixada no Bairro Sol Nascente. Era uma área de classe média, não cara, mas nem barata, e certamente abaixo do padrão da alta sociedade da Família Santos, a qual ela pertencia. Diego perguntou: “Não mora com a Família Santos?” “Não“, respondeu ela, olhando para ele. Parecia uma pergunta casual, e Isabela não deu muitos detalhes.
Quando chegaram ao bairro, Diego segurou–a pelo braço com calma antes que ela saísse do carro. “Vai embora assim, sem mais nem menos?”
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