Capítulo 12
A despedida entre eles tinha um quê de intimidade, como se fossem um casal.
Já na porta da casa dela, ele ainda não tinha ido embora.
Será que ela deveria convidar essa figura imponente a subir, tomar um chá e ser servida?
Isabela piscou, agradecida: “Obrigada por me salvar.”
Ele não respondeu.
Rapidamente, Isabela acrescentou: “Te convido para jantar qualquer dia.”
Lembrando–se da posição elevada dele, completou: “Claro, se você aceitar.”
Diego tamborilou os dedos no volante, olhos escuros como a noite fixos nela, sem responder à oferta de jantar.
“Normalmente, depois de uma noite juntos, não rola um beijo de despedida?”
Aquela observação a deixou desconfortável.
“Diego, você sempre faz esse tipo de cena quando se despede das suas namoradas?”
A expressão dele era relaxada, com um sorriso discreto, e a voz saiu grave: “Eu não tenho namoradas.”
“Mas, se você quiser ser minha, Isabela, posso considerar.”
“Afinal, a gente se dá muito bem nesse sentido.”
Isabela forçou um sorriso: “Eu não quero ser sua namorada!”
Para ela, ser a mulher de Diego e ser namorada eram conceitos bem diferentes.
Ela já tinha falhado em ser a namorada de Vicente.
Seria tolice querer ser a mulher de Diego.
Sair de uma enrascada para entrar em outra.
Isso não seria azar, seria burrice!
Diego, em um tom propositalmente baixo e insinuante, riu: “É mesmo? Ontem à noite você não disse isso. Você pediu para eu ser mais gentil…”
Antes que ele terminasse, Isabela rapidamente tapou a boca dele com a mão, impedindo que continuasse.
Diego arqueou as sobrancelhas e riu suavemente.
A vibração da risada dele se transmitia pelas mãos dela.
E ali estava ela, com a mão cobrindo metade do rosto dele, aqueles olhos profundos e
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Capitulo 12
brilhantes fixos nela.
O coração de Isabela deu uma pequena pausa.
Desviou o olhar, fugindo daquele olhar penetrante, e retirou a mão. “Eu vou indo, tchau.”
Antes que Diego pudesse responder, ela saiu apressada.
O som da porta do carro fechando foi alto.
Isabela fugiu rapidamente.
Diego observou a figura dela se afastando, um leve sorriso nos lábios.
Seus olhos escuros seguiam–na como se ela fosse sua presa.
Isabela.
Dessa vez, você mexeu comigo, e não vai escapar tão facilmente.
Isabela voltou para casa.
Era um apartamento simples, com dois quartos e uma sala, cerca de 100 metros quadrados.
Um quarto, um escritório.
Aconchegante, não luxuoso, como a casa de uma pessoa comum.
Não tinha enormes janelas panorâmicas, mas havia uma pequena varanda ensolarada cheia de plantas.
No passado, Vicente sempre reclamava que o lugar era pequeno, e nunca aparecia por lá.
Ele até tentou presenteá–la com alguns apartamentos para que ela se mudasse.
Mas Isabela gostava dali, pois ela mesma havia comprado com o dinheiro que ganhara.
Ela deu uma olhada ao redor e foi até o quartinho de despejo pegar uma caixa grande.
Colocou dentro tudo que Vicente havia dado a ela.
Enquanto guardava os objetos, encheu a caixa por completo.
Era de se esperar, afinal, era a marca de cinco anos de amor por aquele homem.
Muitas coisas que ele havia presenteado ficaram na casa dele, e ela nunca recuperou.
Isabela sentou–se no chão, olhar disperso, encarando a pilha de objetos na caixa.
Um álbum de fotos, escrituras de imóveis, algumas joias valiosas e um anel de noivado.
Esses imóveis ficavam em áreas de luxo, e qualquer venda renderia milhões.
Durante os anos em que Isabela se dedicava a Vicente, ela acreditava que havia derretido o coração frio dele.
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Então, o primeiro amor de Vicente, Pamela, voltou ao país.
Ah, o desfecho era previsível!
O poder de um primeiro amor é sempre avassalador.
Isabela decidiu vender aqueles imóveis.
Consideraria como uma compensação pelos anos dedicados a ele.