Capítulo 28
Isabela tomou tudo de uma só vez e, com um sorriso travesso, comentou: “Isso é
emocionante.”
Diego abaixou os olhos, fitando–a com uma intensidade profunda.
O olhar sombrio que Isabela tinha há pouco parecia ter desaparecido, substituído por uma expressão de despretensão e alegria.
Ele estava ali, acima de tudo, com um olhar profundo voltado para a cidade aos pés da
montanha.
Este lugar era seu refúgio secreto.
Quando se sentia irritado, ele gostava de dirigir em alta velocidade até ali, sentir o vento e contemplar a paisagem urbana vasta, o que sempre restaurava seu ânimo.
Hoje, ao perceber as emoções que ela tentava esconder, impulsivamente a trouxe junto.
Ele tomou um gole da garrafa de água que Isabela não havia bebido.
“Às vezes, um pouco de adrenalina ajuda a relaxar.”
Ouvindo isso, Isabela ergueu o olhar, observando Diego ao seu lado, alto e esguio.
Ele tinha uma presença imponente, sua sombra a cobria.
Apesar de discreto e reservado, havia nele uma selvageria não convencional, uma despreocupação cativante.
Diferente dela, sempre presa a tantas obrigações.
Embora não soubesse por que ele a trouxe ali de repente, Isabela achou que a experiência daquela noite tinha valido a pena.
Com sinceridade, Isabela disse: “Obrigada, Diego, por me proporcionar essa sensação de liberdade e emoção. É a primeira vez que me sinto tão ousada.”
“Se vai me agradecer, vai querer me convidar para jantar de novo?”
Diego tinha um sorriso brincalhão no rosto.
Isabela deu um sorriso tímido e murmurou: “Não é para jantar.”
Naquele momento, não sabia explicar.
O topo da montanha estava silencioso e profundo, mas seu coração batia acelerado.
Talvez ainda estivesse sob o efeito da corrida, ainda em êxtase.
Com medo de que Diego percebesse seu coração pulsando rápido, Isabela rapidamente virou–se para admirar a paisagem noturna.
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Seus olhos brilhantes contemplavam a cidade luminosa abaixo, parecendo um imenso e luxuoso castelo de cristal aos pés de Isabela.
Isabela não resistiu a comentar: “Esse lugar é realmente lindo. Posso gritar?”
Diego, com seu olhar profundo, fixou–se no rosto levemente corado dela por causa do álcool, e respondeu com um tom de provocação: “Gritar o quê? Como um cachorrinho?”
As orelhas de Isabela ficaram vermelhas, e ela fez um biquinho.
“Como nas novelas, no topo da montanha, liberando emoções, não é sempre gritando?”
“Você nunca tentou?”
“Não.” Diego respondeu preguiçosamente: “Até agora, ninguém me fez sentir necessidade de liberar emoções.”
Porque ele sempre resolvia tudo.
Isabela não pôde evitar olhar para ele, admirando seu jeito despreocupado.
Que inveja.
Uma vida sem ser ridicularizada ou humilhada.
Claro.
Ele era privilegiado, tinha tudo o que queria, que preocupações poderia ter?
De repente, Diego baixou o olhar, encontrando os olhos escuros e distintos de Isabela na noite.
O céu de verão estava brilhante, pontilhado de estrelas.
Diego soltou uma risada leve.
“Se quer gritar, grite. Não fica olhando para mim com esses olhos de cachorro abandonado.”
Os olhos dela eram claros e inocentes, como os de um cervo, olhando para ele como se ele a tivesse importunado.
O efeito do álcool deu coragem a Isabela.
Com a permissão de Diego, ela abriu os braços, colocou as mãos em volta da boca e respirou fundo em direção à cidade.
“Ahhhh!!…”
“Vicente, vá se ferrar!”
Diego franziu a testa ao ouvir isso.
“Pamela, Lúcia, vocês duas também vão se ferrar!”
Depois de gritar, Isabela parecia aliviada, com um sorriso no rosto.
Após um momento de silêncio, vendo que Isabela tinha parado, Diego arqueou as
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sobrancelhas, “Só isso? Não tem mais nada para gritar?”
Isabela balançou a cabeça, “Já gritei tudo.”
Por algum motivo, depois de ela gritar, parecia que Diego não estava muito satisfeito.
Em vez de gritar pelo homem que a trouxe para ver a vista e desabafar, ela gritou pelo cara
errado!
Diego riu friamente por dentro.
Isabela achou que Diego também queria gritar, mas estava tímido, então sugeriu generosamente: “Por que você não tenta também? É muito bom.”
Diego deu um leve tapa na parte de trás da cabeça dela, num gesto natural e afetuoso.
Isabela ficou surpresa.
Naquele instante, a voz clara e magnética de Diego ecoou pelo topo da montanha.
“Isabela! Sua ingrata…”
Isabela: “…..”
