Capítulo 34
Isabela observava Lúcia com aquele ar todo arrogante.
Não parecia estar mentindo.
Ela valorizava tanto o status de filha da Família Santos.
Tão obcecada em monopolizar o carinho de Samuel e Ana, não parecia provável que ela planejar um sequestro para chamar a atenção deles.
De repente, um “ding” soou.
As portas do elevador se abriram dos dois lados.
Alguns colegas saíram de lá.
Ao verem Lúcia e Isabela paradas na porta do elevador, uma com expressão altiva, outra com uma expressão séria, instintivamente evitaram contato, saindo rapidamente do elevador, temendo que a tensão respingasse neles.
Isabela levantou levemente as pálpebras, estendendo o braço para frente de maneira quase imperceptível.
Um dos colegas, que segurava um café fervendo, acabou sendo surpreendido pelo braço de Isabela e, sem querer, derramou o café para frente.
O líquido quente foi direto na direção de Lúcia, que estava ali na frente.
Lúcia vestia um conjunto Chanel rosa–choque naquele dia, agora manchado por uma grande e escura mancha de café, como uma tela de tinta a óleo pesada.
Desesperada, Lúcia começou a pegar guardanapos para limpar.
“Você tá louco? Sabe com quem está lidando? Não olha por onde anda, derrama café? Vou pedir para meu pai te demitir!”
O colega, ainda confuso sobre como o café escapou de suas mãos, respondeu ansioso: “Desculpe, senhorita, foi um acidente.”
Isabela soltou uma risada sarcástica.
“Ele não tava distraído, é que ele não enxerga animal, tá bom? Pode ir, não é mais problema
seu.”
O colega, aliviado ao ser dispensado, saiu rapidamente.
Num piscar de olhos, restaram apenas Isabela e Lúcia na entrada do elevador.
Lúcia, mordendo os lábios de raiva, encarou a situação.
“Ah, Isabela, agora eu entendi. Você fez de propósito para ele derramar café em mim.”
Isabela sorriu de canto.
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Capitulo 34
“De que olho você viu isso? Foi um acidente, o Léo não fez de propósito. Não seja tão mesquinha, aqui é o Grupo Santos, não é a sua casa. Papai não gosta de escândalos.”
Lúcia, furiosa, olhou para o vestido sujo e, lembrando da humilhação da noite anterior, levantou a mão para dar um tapa em Isabela.
Mas antes que pudesse fazê–lo, Isabela agarrou seu braço no ar.
No segundo seguinte, Isabela segurou o braço de Lúcia e a puxou em direção à escada.
“Ah, o que você tá fazendo, Isabela, me solta.”
Isabela ignorou os gritos de Lúcia, e quando chegaram à escada, a soltou bruscamente.
Lúcia bateu no muro, sentindo uma dor no peito.
“O que você quer fazer? Sua… Isabela, aqui é o Grupo Santos, se fizer algo comigo, vou contar tudo pros nossos pais.”
Isabela deu uma risada fria. “Eu não quero fazer nada.”
“Só acho que sua boca tá meio suja. O café só lavou sua roupa, mas sua boca também precisa de uma limpeza.”
Isabela olhou para o lado e viu um copo de chá com leite pela metade, já estragado, no lixo.
Achavam que ainda podiam pisar em Isabela?
Quer brincar?
Então vamos brincar!
Ela caminhou até o lixo, pegou o copo sujo e, sem hesitar, jogou o conteúdo na cara de Lúcia.
Lúcia, pega de surpresa, não teve tempo de se defender.
O chá estragado foi direto para seu cabelo, rosto e pescoço.
“Ahhhh!!!”
O grito estridente ecoou por todo o andar do escritório.
Agora, além do vestido imundo, os cabelos e o rosto de Lúcia estavam pingando leite azedo, exalando um cheiro horrível.
Isabela lançou–lhe um olhar, limpou as mãos e não deu a menor importância.
Abriu a porta da escada e saiu.
Lúcia, com os olhos vermelhos de raiva, estendeu as mãos em direção a Isabela, pronta para atacá–la!
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