Capítulo 35
Isabela acabava de sair do corredor.
Ela avistou Samuel e alguns secretários e executivos saindo do escritório também.
Todos eles ouviram o grito de Lúcia e vieram ver o que estava acontecendo.
Isabela deu uma olhada rápida para Lúcia, que estava logo atrás dela.
Lúcia estava com as mãos cerradas, pronta para atacá–la com raiva.
Isabela ergueu uma sobrancelha, teve uma ideia brilhante e fingiu estar assustada, rapidamente se escondendo atrás de Samuel.
“Papai, papai, a Lúcia surtou e quer me bater, por favor, me salva.”
“Isabela, sua desgraçada, não fuja. Hoje eu vou acabar com a sua cara.”
Lúcia estava tão apressada que, ao sair da escada, mesmo vendo o grupo de pessoas, não conseguiu parar a tempo.
Samuel, que prezava muito pela sua imagem, viu Lúcia toda encharcada e fedorenta, agindo feito louca.
Ele gritou: “Lúcia, já chega!”
Lúcia olhou para Isabela, que estava se fazendo de vítima atrás de Samuel, e sua raiva só
aumentou.
Ela respirou fundo, apontou o dedo para Isabela e gritou: “Papai, eu não estou fazendo escândalo. Foi a Isabela que jogou café em mim, e depois pegou chá no lixo…”
Isabela a interrompeu suavemente.
“Não foi assim. O Léo estava com o café e, por descuido, derramou um pouquinho na Lúcia. Ela ficou nervosa, achando que eu pedi para o Léo fazer isso de propósito. Então, tentou jogar chá em mim, mas eu me esquivei e o chá caiu nela mesma.”
O colega Léo, ao lado, falou timidamente, de cabeça baixa: “Presidente, eu realmente não derramei o café na senhorita de propósito.”
“Isabela, você está mentindo! Está inventando tudo, papai, não acredite nela, foi tudo culpa dela…”
Samuel viu que a plateia estava crescendo e ficou ainda mais zangado.
“Chega, Lúcia. Aqui é a empresa, mantenha a compostura. Se continuar com isso, sua mãe vai cortar sua mesada.”
Ao ouvir que perderia a mesada, Lúcia pensou nas bolsas Hermès, nas roupas Chanel e nas viagens de compras à França. Relutante, mas temerosa de que Samuel cumprisse a ameaça, ela mordeu os lábios.
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Capitulo 35
“Papai, desculpa, não farei mais isso.”
Isabela, ao lado, esboçou um sorriso frio. Se ela sabia fingir, eu também sabia.
“Papai, não vou me importar com o que a Lúcia fez. O mais importante agora é o investimento no Projeto Horizonte. Vou focar no que é prioritário.”
Samuel ficou mais satisfeito. O que mais lhe importava era a empresa. Essa rivalidade entre as filhas, desde que não fosse escancarada, não o preocupava muito.
“Agora, vocês duas têm a missão de conseguir o investimento. Lembre–se, quem conseguir o investimento, ganhará 10% das ações da Família Santos e será meu foco de desenvolvimento futuro.”
Dizendo isso, Samuel se dirigiu à sala de reuniões com os executivos.
Todos voltaram aos seus escritórios.
Passando por Lúcia, Isabela a olhou de cima a baixo e abanou a mão intencionalmente. “Lúcia, você está fedendo. Se eu fosse você, teria vergonha de aparecer assim.”
Isabela devolveu as palavras de Lúcia para ela mesma.
Sem olhar para trás, foi embora.
Os olhos de Lúcia queimavam de raiva enquanto ela jogava sua bolsa Hermès no chão.
“Isabela, me aguarde. Assim que eu conseguir o investimento, vou calar sua boca.”
Grupo Carvalho.
Vicente jogou o paletó no sofá ao lado e pediu a Rafael para chamar o diretor financeiro Sérgio em seu escritório.
Em menos de 10 minutos, Sérgio estava em frente à mesa de Vicente.
Ele lançou um olhar interrogativo para Rafael, questionando o motivo do chamamento repentino de Vicente.
Rafael deu de ombros, também sem entender.
Vicente, encostado na poltrona com uma expressão fria e impassível, emanava uma aura de autoridade.
Após um momento, ele disse: “Preparem um orçamento de 50 bilhões de reais para o departamento financeiro.”
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