Capítulo 8
Pamela não vestiu o uniforme hospitalar de costume.
Em vez disso, usava um vestido de renda preta enquanto estava deitada na cama. Diferente da pureza habitual, naquela noite ela exibia um toque de sedução.
Ao ver Vicente entrar, seus olhos brilharam.
Ele havia trocado a roupa do casamento, mas ainda estava com um terno branco.
A luz do corredor do hospital iluminava sua altura de 1,85 m e suas feições, que mesmo sob a iluminação, pareciam mais suaves.
Se há cinco anos ela não tivesse deixado a Capital, não tivesse deixado Vicente…
Agora, Isabela não teria lugar na vida dele!
Pensando nisso, Pamela cerrou os dentes.
Mas não importava, ela sabia que no coração de Vicente, ela sempre ocupava um lugar inabalável.
O casamento daquele dia era a prova disso.
Por isso, naquela noite, ela não queria e nem pretendia deixar Vicente partir.
Desde que ela voltou, Vicente a mimava e a tolerava.
Mas nunca ultrapassava o último limite.
Essa distância a deixava inquieta.
Com certeza, era Isabela, aquela mulher, que o prendia, que se interpunha entre eles.
Ela estendeu a mão pálida e frágil para o homem na porta e disse: “irmão Vicente, você pode ficar comigo esta noite?”
Os olhos escuros de Vicente eram profundos, sem revelar emoções. Ele se aproximou e a cobriu com o cobertor.
“O médico disse que você precisa descansar bem. Quando você dormir, eu vou embora.”
Um lampejo de tristeza passou pelos olhos de Pamela.
Sempre que ela passava mal, Vicente ficava com ela, mas no final, sempre ia embora.
Ela se ajoelhou na cama, o vestido de renda revelando uma grande área da clavícula e um profundo decote.
Com as mãos, ela tocou o cinto do homem, sua voz suave e submissa, “irmão Vicente, você sabe o que eu quero dizer.”
Vicente hesitou, seu olhar se aprofundou, “Pamela, não faça isso.”
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Capitulo 8
A tonalidade de sua voz, embora não fosse pesada, fez Pamela tremer por dentro.
Ela conhecia seu temperamento, ele dizia o que pensava.
Antes, ela fazia birra achando que ele cederia.
Mas acabou afastando–o.
Desta vez, ela não cometeria o mesmo erro infantil.
Ela levantou os olhos úmidos e lacrimosos, emoldurados por uma expressão de tristeza, “irmão Vicente, me desculpe, fui impulsiva, fui gananciosa demais e esqueci que você já tem a irmã
Isabela.”
O coração de Vicente amoleceu.
Isabela o amava muito, mas seu amor era intenso e teimoso.
Às vezes, isso o incomodava, o sufocava.
Por que ela não podia ser tão suave com ele quanto Pamela?
Pensando nisso, ele levantou a mão e acariciou o cabelo de Pamela.
“Não pense demais, descanse bem.”
Fora do hospital, Vicente segurava o celular, que desde a ligação sobre o “sequestro” mais cedo, não tinha dado sinal de vida.
A irritação em seus olhos estava cada vez mais evidente.
Vicente entrou no carro e pediu ao motorista para levá–lo ao Ás de Espadas.
O maior bar da Capital.
Entrando, era um mundo de luzes coloridas, excêntrico, barulhento, com música alta e dança
intensa.
Ele foi direto para o camarote VIP.
‘Ei, o noivo apareceu. Depois do casamento, não deveria estar na noite de núpcias, como dizem, uma hora de primavera vale mil…”
Antes que pudesse terminar a piada, Rodrigo Silva levou um tapa na nuca de Vicente.
Vicente, por que você fez isso?”
Vicente.jogou o paletó no canto e se sentou.
A Isabela não entrou em contato com vocês?”
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